Desviados

Tarsila e Oswald

📅 Publicado em: 28/06/2011 00:00

👤 Autor: sexy butterfly

📂 Categoria: Fetiches

Tarsila chegou em casa exausta. Época de Festa Junina na escola era uma loucura – como professora de Artes, além das aulas normais ficava responsável por parte das coreografias, confecção de enfeites e decoração da escola. Desta vez ela inovou: aproveitou para apresentar aos alunos as obras de Portinari, Guignard e Volpi, envolvendo balões e bandeirinhas. E a partir dos elementos dessas obras é que a escola estava sendo decorada. Adorava tudo isso, mas naquela noite estava particularmente cansada. Tomou um banho quente, relaxante, com sabonete líquido de Açaí – seu preferido. Enxugou-se e vestiu seu roupão vermelho, aveludado, com os cabelos presos num coque. Parecia sua xará, a pintora Tarsila do Amaral, em seu auto retrato “Manteau Rouge”. Preparou uma porção de queijos e castanhas, serviu-se de uma taça de vinho e sentou-se no sofá para assistir sua série preferida, True Blood. Aqueles vampiros realmente a deixavam doida! Como eram sensuais... Eric, Bill, o lobisomem Alcide...uau! Ficava excitada em assistir e consequentemente, pensava em Oswald... Oswald, alguém que conheceu pela internet e lhe escrevia poemas e contos eróticos maravilhosos ! Sentia um tesão enorme por ele, conversavam por horas, tentava seduzi-lo de todas as formas, mas ele queria um amor real...não se entregava assim virtualmente...se não fosse real, seriam apenas bons amigos. E eram. Quantas noites não sonhou com Oswald sussurrando aquelas palavras que escrevia em seus ouvidos...com suas mãos percorrendo seu corpo... seus lábios beijando sua nuca... em perfeita simetria, um amor de dois, como ele escrevia em seus textos... De repente, Tarsila piscou e viu-se em meio as bandeirinhas de Volpi, penduradas por uma casa, que não era a sua...Onde ela estava? Logo depois, caminhava, de roupão, em meio a uma paisagem imaginante, como as da obra de Guignard... festas juninas em Ouro Preto... terra do seu Oswald... Deve ter sido o vinho, só podia ser! Mais alguns passos e viu crianças brincando de pular carniça, entre preparativos de uma festa junina de Cândido Portinari... Ali, havia um baú azul...o baú de “Candinho”... Abriu e encontrou várias revistas em quadrinhos. Graphic novels, na verdade. Da época em que era adolescente. Batman, Coringa e Arlequina estavam ali. “Ok, nunca mais tomo vinho...isso está viajante demais...” Sentou-se sobre o baú e passou a folhear as revistas. Sentiu alguém chegando por trás dela, abaixando-se e beijando-lhe atrás das orelhas. Conhecia aquele perfume...Malbec...era Oswald! Ele a tomou em seus braços e abriu seu roupão. Anoitecia e a paisagem imaginante de Ouro Preto deu lugar a um hospital... um hospício na verdade . Estavam no Asilo Arkham, onde Oswald se tornara Coringa e ela era sua Arlequina. Gritos, risadas nervosas, choros ensandecidos e uma música descontroladamente alta enchiam a atmosfera daquele lugar. Ela, a médica residente que deveria cuidar de sua mente perturbada. Ele, o homem que a seduzia com aquele triste sorriso permanente nos lábios. Mas eram Tarsila e Oswald, independente das peças que o vinho estivesse lhe pregando. Ali, os dois corpos finalmente tornaram-se um. Tarsila se entregou a Oswald de forma única, como esperava há tanto tempo. Deitados no chão, sobre o roupão vermelho, Oswald desfez seu coque, beijando-lhe a nuca, o pescoço, enquanto afagava os cachos cor de mel. Suas mãos acariciavam seus seios de mamilos róseos e intumescidos. Tarsila sentia um líquido quente escorrendo entre suas pernas e guiou Oswald pra bebê-lo. Ele sorveu seu mel, fruto de sua excitação, penetrando-a com sua língua, até que ela gozou em seus lábios. Oswald arrastou-se sobre o corpo de Tarsila até que sua boca encontrasse seus seios. Beijou sua pele cálida com paixão, beijos molhados, lambidas demoradas... Tarsila ainda se recuperava de seu êxtase quando viu mais uma vez o pau de Oswald rígido, convidativo, roçando suas pernas... Não agüentou, mudou de posição e levou sua boca até ele. Chupou, esfregou, lambeu, da glande até suas bolas, brincando com os minúsculos cachos que seus pelos formavam ao redor do pinto de seu amado. Seu “Coringa” sorria, mas um sorriso sincero por trás da pintura borrada, e se movimentou por baixo de sua Arlequina, até que ela encaixasse sua buceta sobre seu pau e o cavalgasse. Naquele momento parecia que apenas os corpos dos dois existia naquele lugar. Um silêncio sepulcral varreu todos aqueles gritos e sons terríveis para longe. Tudo que podiam ouvir era o som de sua respiração, de seus corpos em contato, gemidos de prazer profundo. E de repente, uma invasão de prazer, Oswald jorrando seu líquido quente, grosso, dentro do corpo de Tarsila, que se contorcia num orgasmo tão intenso que a fez chorar. Então, os dois corpos repousaram, unidos, abraçados. Minutos (ou seriam horas?) depois, Tarsila abria seus olhos. A garrafa de vinho, vazia. O roupão vermelho esticado sob seu corpo no tapete da sala... perfume Malbec no ar? Não...era somente sua impressão... Olhou pela janela da varanda e observou a noite escura, com a lua crescente. A Lua da artista Tarsila...e lamentou que tudo não tenha passado de sua imaginação. Um devaneio causado pelos seus desejos, mais o stress do trabalho e o enorme desejo de estar junto de alguém que ela nunca veria pessoalmente.

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