Domínio
- Amanda. Temos um novo ataque.
- Novamente ele?
- Não temos certeza, houve uma denúncia anônima informando gritos de uma mulher vindos da antiga fábrica de plásticos.
Arrepiou-se ao lembrar-se da cena dos últimos ataques e ainda mais ao lembrar-se da expressão de suas vítimas. Elas não apresentavam pavor ou medo e pelo contrário pareciam transparecer prazer. Os relatos eram impressionantes e mexiam cada vez mais com Amanda.
- Rodrigo, cuide para que a mídia não saiba deste novo ataque, estou indo para o local agora.
Chovia muito, Amanda entrou na viatura e pensava em como o sujeito era astuto, seus ataques eram em localidades não distantes da delegacia onde ela trabalhava como detetive. Guiando o carro lembrou-se da misteriosa ligação da última quarta-feira e do que havia ocorrido naquela noite.
Eram 23hs, Amanda estava em sua casa, havia acabado de sair do banho, era uma noite quente. Foi até a cozinha pegar um suco, estava nua; abriu a geladeira, apreciou um breve momento de prazer ao sentir o ar gelado tocar seus seios; pegou a jarra de suco e colocou-a sob a mesa.
Após tomar o suco foi para a sala, pegou o controle da TV e ao sentar-se no sofá, levou um susto. Avistou uma rosa e um envelope, lembrou-se do caso que estava tratando. Segurou o envelope, abriu-o, logo ficou aflita ao ver fotos suas dormindo em seu próprio apartamento, sempre nua, como costuma dormir.
- Mas como? Perguntava-se.
Amanda pegou sua arma sob o armário da sala e passou por todo apartamento na busca do sujeito, mas nada encontrou até que o telefone tocou. Amanda ficou olhando por alguns segundos o telefone até atender.
- Alô?
- Olá Amanda.
- Quem está falando?
- Seu maior admirador, gostou das fotos que tirei de você?
- Onde você está? Entregue-se, você terá direito a um advogado e ser julgado conforme a lei.
O riso sarcástico do desconhecido fez percorrer uma energia estranha pelo corpo de Amanda, ela sabia o que era. Aquela voz e seus métodos abusivos estavam lhe causando sensações a qual não poderia sentir, não por ele.
- Minha cara Amanda, você está na minha lista, mas ainda quero brincar um pouco mais com você. Por enquanto, seja apenas uma boa menina e siga minhas ordens. Deite-se agora no sofá.
Amanda não conseguiu dizer nada, as palavras ficaram entaladas em sua garganta, ao mesmo tempo em que ela queria dominá-lo, xingá-lo; ela desejava que o mesmo a possuísse.
Ela deitou-se no sofá sem nada a dizer.
- Boa menina.
Ele está me vendo, ela pensou.
- Agora abra suas pernas e toque-se.
Amanda o fez, enquanto ouvia o desconhecido relatar com detalhes o que fez com sua última vítima, uma jovem de 27 anos estudante de Direito que foi encontrada em um consultório Ginecológico de uma pequena clínica. Estava amarrada e vendada na cadeira ginecológica, havia pétalas de rosas por toda sala e os instrumentos deixados ao lado explicavam as marcas no corpo da garota.
Ao gozar Amanda sentiu repúdio de si mesma, do que havia feito, lançou o telefone jogando-o contra a parede. Lágrimas desciam de seu rosto, demonstrando sua raiva e ali prometeu para si mesma que prenderia daquele sujeito.
Após percorrer quatro quarteirões chegou ao local. Era uma fábrica antiga, abandonada o lugar era sombrio, causava arrepios. Empunhando sua arma lembrou-se que mudara de apartamento após aquela quarta-feira, lembrava-se de como ele mudou seus hábitos depois daquele dia.
Abriu o portão de ferro da fábrica e adentrou no recinto. Havia uma música baixa tocando, Blues Americano. Ao dar um passo escutou um estalo e ao olhar para o chão reparou que pisara numa rosa e que havia outras mais adiante indicando um caminho.
Ele queria levá-la até o local, ela sabia que a denúncia anônima foi dada por ele mesmo, tinha raiva de ver a forma como brincava com ela. Em alguns pontos da fábrica uma lâmpada de luz baixa de tom amarelado ajudava iluminar o caminho.
Amanda pegou o rádio e chamou reforços ao local, continuou adentrando até que chegou numa pequena sala e lá estava a garota. Nua, vendada e amordaçada estava sentada numa cadeira no centro da sala. Foi entrando na sala com muito cuidado, reparou na vitrola ao lado onde tocava a música que havia ouvido, a garota estava desacordada e quando chegou mais próximo dela reparou que ela estava com uma espécie de cinto que tampava seu sexo.
A detetive a desamarrou e foi tentando acordá-la. A jovem foi acordando aos poucos até que se assustou encarando firme Amanda. A detetive percebeu aquele mesmo olhar que as outras tinham. Ela tentou levantar a garota, mas ela estava fraca, a jovem pediu para ajudar tirar o cinto; assim que Amanda retirou-o a garota se desmanchou no chão, urinando.
- O que aconteceu? – Perguntou Amanda.
- Ele me torturou, me colocou este cinto para que eu não fizesse.
A jovem parou de falar, intimidada.
- Ele te machucou?
A garota olhava para Amanda, não disse nada, ficaram apenas se olhando sem nada a dizer. O reforço então chegou ao local, os policiais cobriram a jovem e levaram-na para o hospital.
Amanda se dirigiu ao corredor, andou por ele examinando o lugar passou por um portão que estava aberto, neste momento empunhou sua arma e adentrou numa sala onde havia uma lâmpada acesa que oscilava muito, trazendo uma baixa e ruim iluminação ao ambiente.
Foi então que avistou um homem de costas, completamente nu.
- Mãos pra cima! Está preso sob acusações de abusos sexuais.
Neste momento a lâmpada apagou e a sala ficou completamente escura.
Continua ...
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