O Sádico de London - Baile de Máscaras (Cap. II)
Em toda esquina ouvia-se as pessoas comentando sobre o tal sádico, algumas assustadas, outras curiosas. Todas tentavam desenhar o perfil do misterioso sádico a fim de encontrar sua possível identidade, era impressionante o espírito de Sherlock Holmes que a maioria dos ingleses tinha.
Uma semana passou-se e não houve nenhum novo ataque ou a notícia que a identidade do tal sádico fora descoberta. A cada vez que eu adentrava naquele metro eu me lembrava daquela garota e conseguia ver as cenas de sua dominação ali diante de mim.
Sábado, Sr Phillip me convidou para ir a um baile a fantasia que tradicionalmente ocorria todos os anos. Achei interessante a idéia e aceitei de imediato. Durante a tarde os Phillips e eu fomos a uma loja de aluguel de fantasias, a minha escolha foi ir de Alice no País das Maravilhas, era um lindo vestido, Sr. Phillips alugou uma de Investigador e sua esposa de Madre.
Já em 23hs, após todos nós estarmos prontos, fomos ao baile. O local era um casarão, nele havia um bom espaço para as pessoas dançarem, andando pelos cômodos do casarão tínhamos outros ambientes, uns com sofás, bebidas e quitutes e uma música baixa, as pessoas ficavam ali conversando.
Tinha a sacada que ficava ao ar livre para os fumantes e era impressionante como todos levavam a sério o evento, todos muito bem fantasiados. Comecei a perceber diversos homens vestidos de preto e com uma máscara branca, todos pareciam fazer uma referência muito clara ao tal Sádico, aquilo começou a me trazer uma sensação estranha.
Encostei-me em um canto do salão olhando as pessoas a dançar. Uma jovem com seus cabelos loiros e pintinhas espalhadas pelo rosto subia as escadas segurando seu vestido, olhava para trás o tempo todo, parecia estar à procura de algo ou alguém. Ela estava linda em um longo vestido de noiva negro, uma noiva gótica.
Passado certo tempo homem muito gentil postou-se diante de mim convidando-me para dançar, “a máscara...”, olhei em seus olhos, arrepiei-me por inteiro, sentia uma energia diferente naquele momento. Aceitei o convite e começamos a dançar, a música era uma espécie de valsa, foi então que lá fora se ouviu o som de fogos de artifícios, a maioria das pessoas corria para ver os fogos. Mas foi naquele momento que em um golpe rápido ele levantou parte de sua máscara e me beijou.
Seus braços envolviam-me toda; suas mãos percorriam meu corpo e eu o beijava com a mesma intensidade e entrega. Foi então que uma mulher desce as escadas aos prantos.
- Socorro! Ajudem, ajudem!
Fiquei assustada e olhei-a imediatamente depois voltei o olhar para ele e vi o ajeitar a máscara, mas pude ver em seus lábios aquele sorriso, irônico, sádico, me fez arrepiar-me por inteira. Aproximei-me da mulher juntamente com alguns homens que já tiravam suas fantasias e tentavam acalmar a mulher.
Olhei para trás e já não o vi mais, um calafrio tomou meu corpo, a mulher não conseguia falar nada, estava em choque. Pus-me a subir as escadas do casarão enquanto a ajudavam e foi então lhe vi algumas pessoas voltando, tinham olhares assustados um homem chamou minha atenção dizendo “é melhor não ir lá...”, continuei subindo as escadas e virei no corredor de onde as pessoas vinham. E no final do corredor, do lado que estava desativado havia uma porta aberta. Chegando até ela, olhei para o interior do recinto e lá estava.
Uma jovem sentada a uma cadeira, vendada e amordaçada. Tinha seu corpo completamente nu e em volta dele passava um arame de cerca que apertava todo seu corpo e amarrava seus punhos e tornozelos. Sangue escorria pelo seu corpo, havia cortes por ele todo. Ela estava desacordada e eu paralizada olhando-a, foi então que notei uma reação, a vi levantar seu rosto bem devagar até me encarar nos olhos, eu não sabia o que fazer! Foi então que fiquei pasma ao vê-la sorrir para mim, tinha o semblante de satisfação e felicidade.
Um braço puxou-me com violência.
- Moça, por favor, preciso que desça, caso policial.
Encontrei-me com os Srs. Phillips fora do casarão, estavam assustados, me abraçaram como fariam com uma filha deles e então voltamos para casa. Na saída vi a maioria dos homens que estavam no baile encostados a uma parede, passavam pela revista e questionamentos policiais.
Ao chegar à casa dos Srs. Phillips, imediatamente desejei tomar um banho. Após despir-me no quarto, de dentro do banheiro ouvi um barulho, assustei-me e enrolada na toalha espiei o quarto com muito medo, não havia ninguém. Aquilo estava me deixando maluca, meus desejos conflitavam com a minha razão.
Comecei por impulso a fantasiar que estava sendo observada e a idéia me excitou. Deixei a porta do banheiro aberta e tomava meu banho de forma extremamente sensual, tocava meu corpo como se o sentindo, “era ele no baile... aquele beijo, ah eu tenho certeza!”, comecei a me tocar até gozar me deliciando com aquele prazer.
Naquela noite dormi vestindo uma camisola bem leve, adormeci ao embalo dos sonhos mais ousados possíveis.
Pela manhã, acordei sonolenta, estranhei a porta do meu quarto aberta. Eis que ao levantar esbarro minha mão em algo, olho com atenção e me apavoro ao me deparar com aquela máscara branca, uma rosa e um bilhete.
“Adorei sentir o seu beijo, depois vê-la despir-se pra mim, tocar-se... Fiquei olhando-a sentado nesta cadeira ao seu lado a noite toda, admirando sua beleza. Beijos...”
“Sádico de London”.
Olhei para àquela cadeira, as batidas do meu coração aceleradas, imaginando-o ali, olhando pra mim, “Meu Deus o que está acontecendo comigo?”.
Continua ...
A série completa está em: http://senhordoscontos.blogspot.com
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