Sorte no Amor - Nada é por acaso
A cerca de dois quarteirões de onde morava, Eliza desceu de um ônibus e passou a caminhar pela calçada, estava cabisbaixa e com coração apertado. Seus pensamentos atordoados, aquelas vozes, seus amigos lhe apontando o dedo dizendo que tinham lhe avisado.
O céu estava carregado de nuvens pesadas e há um pouco menos de um quarteirão de seu prédio, Eliza parou no farol aguardando o sinal e neste momento uma forte chuva começou a descer castigando-a.
Mas foi então que em menos de um minuto um guarda-chuva chegou a encobrindo e uma mão tocou o ombro dela acolhendo-a.
- Cheguei à boa hora?
Eles se olharam, olhos nos olhos. Os dois sorriram um para o outro e aquele sotaque, aquele olhar e sorriso cativaram Eliza que sentiu estranhamente as batidas de seu coração acelerar.
- Sim, não poderia ter chego a melhor hora.
- Mio nome è Marcus, muito prazer.
- Me chamo... – Eliza – ele a interrompeu.
- Sim, como sabe meu nome?
- Somos vizinhos, vivete in apartamento 212 e io in 215.
- Nossa nunca reparei em ti.
- Si ma io reparo em você desde que cheguei aqui. E perdonatemi per mio português ruim, vim da Itália a um mese e estou aprendendo ainda.
Os dois seguiram conversando até o prédio, pareciam se conhecer a muito tempo, a conversa fluía de forma extraordinária. Quando chegaram ao andar que moravam, se olharam e ficaram em silêncio por um segundo e então Marcus disse:
- Você poderia me ajudar com meu português.
- Sim, claro que te ajudo.
- Gostas de vinho?
- Sim, por quê?
- Io sou colecionador de vinhos, gostaria de convidá-la para vir a meu apartamento para degustazione dos miglore vinhos da Itália. Assim aproveitas para mi ajudar com meu português.
Eliza sorri.
- È você precisa mesmo de uma ajuda, mas até que acho bonitinho seu jeito de falar. – Eliza sorri brincando com Marcus.
– Aceito seu convite, preciso só tomar um banho e resolver algumas coisas, poderia ser às 21hs?
- Si, Si, perfeito, então te espero em mio apartamento, tudo bem?
- Sim, estarei lá.
Marcus a olha profundamente, sorrindo; leva uma mão no rosto de Eliza o acaricia, fazendo-a se arrepiar por inteiro, ele segura os óculos dela o tira e depois segurando a presilha do seu cabelo e puxa soltando seus cabelos.
- Eliza, és uma mulher muito bela.
- Obrigada Marcus, você é muito gentil. – ficam se olhando.
– Bom deixe-me entrar. –diz Eliza.
Eliza se despediu de Marcus e foi lhe dar um beijo no rosto, por uma ironia do destino Eliza pisou em falso e acabou beijando o canto da boca de Marcus. Eles se olharam ainda com os lábios próximos um do outro, os olhares diziam tudo, denunciavam tudo o que estavam sentindo e desejando. Mas Eliza se conteve saindo de Marcus e rapidamente entrou em seu apartamento.
Encostada junto à porta Eliza falava para si:
- De novo não, como pode? Ainda pouco estava chorando por um homem a quem estive apaixonada por muito tempo e agora ... não, não não, preciso esquecer isto, ele só é um homem muito gentil e nada mais e precisa da minha ajuda.
Eliza seguiu para seu quarto.
Continua ...
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