Tribos urbanas
Enquanto saboreava uma torta de limão , fazendo uma horinha antes do filme começar. Observava os tipos que povoam a cidade e principalmente freqüentam os
"shopping centers". Desde "Patricinhas" exibindo seus "tops" com barrigas flácidas e feias , "boyzinhos" em torno dos 18 anos com suas bundas e peitos
estufados e vento na cabeça. Senhores distintos, casados na maioria das vezes, com suas barbas bem feitas, um tom grisalho, dando um certo charme, "secando"
com os olhos os garotos mais jovens, um lobo á procura da presa. Caras de vinte e poucos anos, "malhados" ou não, fazendo de conta que olhavam as vitrines
exibindo seus dotes, vez ou outra tocando o volume dos seus membros sobre a calça ou bermuda. Homens por volta dos 30 ou 40 vestindo roupas mais jovens,
escondendo do tempo o que é irremediável. Paquerando, destilando veneno no olhar, na língua, em grupo ou sozinhos. Todos afinal na selva de concreto ,
com seu corações de pedra , escolhendo o sexo por temer o amor. Transitando na industria do entretenimento, fazendo do "shopping center" sua vitrine, onde
carnes frescas ficam expostas, trafegam, tem preço ou simplesmente se valorizam de menos.
Eu bem sabia que não era muito diferente deles, mas não sabia direito qual seria meu grupo ou tribo. Na véspera dos 36 anos com uma carinha que dava pra
enganar muito bem; ainda me sentia um peixe fora d'água por várias razões. Não sabia bem se por causa do meu jeito ainda romântico de ser ou quem sabe
pelo fato de ainda acreditar no lado bom do ser humano. Via aquele circo onde todos eram platéia e espectadores, o espetáculo era para todos os gostos.
Bem, mas a minha praia e o meu grupo ou tribo era arco-íris como o "rainbow flag", símbolo do poder Gay . Ali também a variedade era grande. Desde tipos
mais frescos, femininos, caras de putas ou putos, uns "bombados" ou 'Barbies" , outros gordinhos delicados, gordões , gaiatos, gozados, engraçados, outros
"dark', "punks", modelito "piercing" e tatuagem, "clubbers", 'fashions", esotéricos, mas com aquele trejeito indisfarçável seja no gesto, na boca, no olhar
, na "falsa" timidez.
Ás vezes eu ria de mim mesmo, ria por dentro, me sentia só , solitário , tendo tantos à minha volta e ao mesmo tempo não tendo ninguém. Eu tinha marcado
com um "amigo" pra vermos "A Partilha" ( comédia dramática ) e ele estava bem atrasado, mas procurei não me afligir com isso , nem ficar mais ansioso do
que já era. Terminei minha torta e fui logo pra fila. O filme foi realmente muito engraçado e emotivo, atingiu minhas expectativas , deu pra relaxar gargalhando
e me fazer pensar nas partes mais dramáticas ; ficando na minha mente a mensagem ao meu ver do filme; que os únicos laços que nem o tempo, nem a distância
apagam são ao laços do afeto. Ao sair do cinema sozinho , achei que não deveria ir logo pra casa , tomei uma mousse de chocolate , e caminhei pelos espaços
frios de lojas pra todos os gostos. Percebia o movimento ao meu redor , um clima no ar vindo de não sei bem onde, eu bem queria braços a me envolver, um
hálito a me seduzir , um peito pra arfar , uma boca pra me prender num beijo mais quente , eu bem que ansiava mais que um momento banal, mas não podia
exigir muito estando onde estava.
Deixei rolar o clima que pairava sobre minha cabeça, mas ainda não via os olhos que me fitavam, nem as mãos que ansiavam os meus toques. Caminhei mais lentamente
, como quem observa vitrines, objetos expostos , olhando aleatoriamente pra um lado e pra o outro. Dobrando uma esquina , passos se apressam atrás de mim,
pés grandes, olhos que surgem à minha frente , um olhar penetrante , uma sobrancelha espessa, um rosto de ar sério contrastando com meu jeito risonho,
gelei na hora , não sei se de medo ou tesão. O corpo dele era sólido, uma barriguinha que se anunciava por debaixo da camisa de seda, um estilo clássico
de vestir-se ,um gesto gentil , assim ele se apresentou, um tom grave na voz, um jeito de me olhar que me desconcertava a todo instante , seu olhar me
dizia o que ele queria saber , me despia num instante. Ele parecia ter sido casado pelo modo como andava ou sei lá como se diria , era extremamente discreto
e ponderado nas palavras e no modo de se dirigir a mim, algo mesmo cerimonioso, entre a cautela e o desejo de algo mais.
Pra "quebrar o gelo" falamos sobre o filme que por coincidência ou não tínhamos assistido. Ele tinha permanecido nas últimas fileiras e eu nas fileiras
do meio. Ele era empresário na área de importados, era divorciado , tinha 3 filhos já adultos. O maior charme dele eram seus olhos sérios e seu jeito viril,
seu modo calmo e pausado de falar , ao contrário de mim, sempre ansioso e falante. Certos quarentões como ele tem o dom de ficarem ainda mais belos e tesudos
com o tempo. Ao contrário do que vocês possam imaginar , ele não era nenhum modelo de beleza , mas tinha charme suficiente pra invadir os sonhos de qualquer
um. Como já tinha dito antes, tinha um corpo sólido e bem proporcionado, pernas e braços fortes sem exagero, cerca de 1,74 de altura. Percebo que certas
pessoas por ai , para serem aceitas se deixam levar pela ditadura da estética e ao invés de pensarem em praticar um esporte por prazer , o fazem apenas
pra estarem no "padrão". Ainda bem que este homem tinha personalidade suficiente pra estar no seu próprio padrão , pois ele sabia que conteúdo também conta
nessa hora , ele já estava num estágio de vida em que não precisava provar nada a ninguém e não precisa mendigar carinho de ninguém e em verdade assim
que todos deveriam pensar e viver.
Conversamos um bom tempo, fomos caminhar na praia. Ele abriu a porta pra mim e tiramos os sapatos, e de um modo tão natural arregaçou a calça e começamos
a caminhar pela areia , céu estava nublado, mas naquele momento isso não era a coisa mais importante. A brisa me trazia mais claridade aos pensamentos
, o sorriso dele me deixava mais seguro dos seus sentimentos, tudo parecia seguir um percurso. No cair da tarde , fomos tomar um bom vinho chilena, Concha
Y toro num restaurante á beira mar. A maresia embaçando a lente do meu óculos, o olhar dele penetrando o meu , seu sorriso discreto. Após o cair da noite
as emoções foram muitas e o dia seguinte abria seus braços generosos pra o nosso Domingo tão ansiado.
O telefone tocou às 9 horas da manhã , e ele já estava na porta de casa à minha espera. Fomos pra Morro de São Paulo, e ao longo da viagem, muitas carícias,
muitos toques, muitos olhares doces e sedutores, e muito tesão ao longo do caminho. Ficamos numa pousada acolhedora , discreta , num quarto duplo, uma
janela nos brindava com o mar , a brisa e outros sabores e inspirações . Tomamos um banho juntos, um ensaboar que nunca terminava, o sabonete a deslizar
do meu peito ao dele, entre as pernas , nas curvas , passando pelas virilhas , massageando nossos membros, braços pra tantos abraços , coxas que se cruzavam,
pernas tão próximas , a mão dele na minha bunda, a mão pesada , os dedos a tocarem no meu cuzinho. Terminamos com uma chuveirada , o cacete dele pegando
fogo e mirando minha bundinha, ele pincelando e assim me envolveu na toalha , me carregou até a cama. Deitou-me com cuidado , me enxugou pra depois começar
a chupar meu cuzinho com vontade, brincando com seu dois dedos , alargando , me fazendo delirar . Ficamos num 69 delicioso, ele no meu cuzinho e eu no
mastro dele. Chupando seus sacos com carinho e delicadamente , pediu-me pra levantar as pernas acima dos seus ombros, ele foi encaixando sua ferramenta
roliça , fui pegando o ritmo e rebolando bem safadinho, olhando sapeca, e ele foi entrando, assim , um pouco de cada vez, e foi metendo e eu pedindo mais,
foi enfiando com carinho, com vontade eu só sorrindo sapeca, chamando ele de meu macho, seu cacete quente , esfolando um pouco meu cuzinho e entrando mais,
assim começamos o vai e vem, um entra e sai que me enlouquecia, e ele mais ainda , metendo tudo e depois indo devagar , me ouvindo gemer baixinho, dizendo
que minha bundinha era só dele agora que eu só ia dar pra ele, que eu não escaparia mais de suas mãos, que ficaríamos por muito tempo juntos e eu só mexendo
minha bunda , pedindo mais vara, e assim a vara dele entrava e saia e eu gemia, era um cacete lindo pra mim, delicioso, e ele metia e eu pedia mais, e
ele segurava minha bundinha e minhas pernas em torno da cintura dele agora. Num dado momento ele enfiou tudo , senti seu pau me lascar , era prazer que
eu tinha naquele momento, o líquido quente enchia a camisinha e eu sentia um calor percorrer nossos corpos molhados de suor, saliva e gozo. Era prazer
da carne, era sentimento no meio de tudo, era tesão e tara.
Eu bem sabia que se fosse só sexo por sexo não teria sido tão bom assim. Ele tinha prazer na minha companhia na cama e na vida , ele me queria por mais
que um tempo, mas pra construir algo mais sólido. Eu nada tinha pedido , mas éramos adultos, maduros e não estávamos ali para uma simples brincadeira como
muitos que se perdem por tão pouco e se enganam com o tempo que passa . Meu gozo e o dele, nosso orgasmo tinha vestígios do que éramos, do que queríamos
ser juntos, o carinho, o tesão, a vontade de prolongar aquele momento, nas armadilhas da vida , nos altos e baixos de um relacionamento, no imponderável,
no acaso que une as estradas e tece teias e nos enreda quando menos nos imaginamos presa e predador. Minha história pode ter muito da sua verdade , dos
seus objetivos na vida , dos planos pra longo ou curto prazo. Meu conto pode ser você mesmo que sai do virtual e torna tudo possível no mundo real que
se mostra um dia de cada vez mais desafiador .
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